22 de janeiro de 2012

Os primeiros passos

Aos 12 meses já se levantava sózinho e andava de um lado para o outro agarrado aos móveis, mas dar o verdadeiro passo em frente levou o seu tempo.
Apenas aos 13 meses arriscou dar os primeiros passos sem grande apoio. Demorou a ganhar equilíbrio e, sobretudo, coragem para se largar. Para avançar puxava-nos a mão, e apenas assim se aventurava para fora do território habitual.
Agora que finalmente perdeu o medo já não há ninguém que o pare e é vê-lo andar de um lado para o outro, cada vez menos trôpego.
Se antes já era difícil, agora é mesmo impossível descansar quando ele está acordado. É que não posso limar as diversas esquinas que se lhe atravessam no caminho, e como se não bastasse tem ainda um raio de um fetiche com os botões da máquina de lavar roupa e com o forno que não nos permite simplesmente deixá-lo andar à vontade. Ainda. Porque quando as quedas diminuirem (já ganhou uma nódoa negra de bónus no joelho esquerdo!) talvez possamos pensar em limitar-lhe o espaço de manobra e então sim, relaxar um pouco.
Os dentes, esses, é que não são tão espertos. Eles bem tentam, mas encontrar a saída não está fácil. Temos 4 cá fora e um a romper. Outros espreitam, chateiam e massacram, mas nunca mais lhes vimos a cor...

3 de janeiro de 2012

Hoje, no jornal Público

Começa hoje programa para incentivar consumo de fruta nas escolas
“O programa “Heróis da fruta - lanche escolar saudável” começa num colégio do concelho da Amadora, um dos 516 jardins-de-infância e escolas do primeiro ciclo que adeririam à iniciativa de intervenção escolar de âmbito nacional.
O projecto, que vai decorrer ao longo de seis semanas, até 10 de Fevereiro, pretende incentivar as crianças até aos 10 anos a dar importância ao consumo diário de fruta e a adoptar definitivamente este hábito alimentar.
Segundo a Comissão Europeia, Portugal está entre os países da Europa com maior número de crianças com excesso de peso: 32% das crianças entre os 6 e os 8 anos têm excesso de peso e 14% são obesas. O sexo feminino apresenta valores superiores aos do sexo masculino.
O último estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre obesidade infantil revela também que mais de 90% das crianças portuguesas come fast-food, doces e bebe refrigerantes, pelo menos quatro vezes por semana. Isto ao mesmo tempo que menos de 1% das crianças bebe água todos os dias e só 2% consome fruta fresca diariamente.”
In Público, 03.01.2012
Notícias como esta apenas reforçam a minha convicção de que estou a agir da maneira mais correcta…

Doces no infantário

Estupefacta. Atónita. Incrédula.
Foi desta forma que fiquei após bater com os olhos na ementa do infantário do meu filho. Nunca o havia feito antes porque de manhã a pressa é sempre mandatária, e entre deixar a mochila, vestir o bibe, levá-lo à sala e assinar o registo de entrada, olhar para mais um papel afixado no placard era coisa que nem me passava pela cabeça. Mas um destes dias fui com tempo e lembrei-me de ver o que era o almoço. Claro que já sabia que ao passar para a sala nova iria começar a comer de tudo, como os meninos mais velhos. Mas ele estava preparado para isso, até à data tinha aceitado bem a comida e tal não me chocava. Porém, ao ver que na lista de sobremesas constava, nessa segunda-feira pão com chocolate e na quinta-feira seguinte um pudim não pude, como mãe, deixar passar em branco o assunto. Pior ainda quando descobri que era assim semana após semana, ora gelatina, ora mousse de chocolate, ora arroz doce ora outros mais.
Abordei o assunto com a educadora e com a Directora Pedagógica, solicitando-lhes que daí em diante substituíssem essas sobremesas por fruta pelo menos para o meu filho. Não aceitaram bem a minha intervenção apesar de dizerem entender as minhas razões para não querer que dessem doces ao meu filho, que ainda nem completou os 14 meses. Não cederam nunca. Exigiram-me a apresentação de uma declaração médica, justificando-se com os outros pais e imensidade de outros pedidos por parte dos mesmos. Remeteram-me para a leitura do regulamento da instituição, onde a mesma declaração é referenciada para a eventualidade de serem necessárias excepções alimentares.
Refeita dos nervos e da vontade de lhes partir a cara (deveria ser do senso comum não dar este tipo de alimentos a crianças tão pequenas!), liguei ao médico a expor a situação e fui pessoalmente buscar a declaração que ele logo se prontificou a passar, concordando plenamente comigo.
Ainda não entendo como é possível os pais não se manifestarem relativamente a este ponto da ementa. Será que é por desleixo? Por não saberem? Por não se interessarem?
Chocam-me tanto a inércia dos outros pais como a falta de sensibilidade das colaboradoras da instituição para este tema. Nunca me tinha apercebido do facto e nem imaginava ser possível. Tanto se ouve falar de obesidade infantil e a própria instituição a contribuir para ela?
O meu filho terá tempo de provar tais iguarias. Terá tempo de fazer birras para lhe darmos chupa chupas, terá tempo para se lambuzar de chocolate e trabalhar para a formação das cáries dentárias. Acho que ainda é muito cedo. Não sou melhor nem pior que outras mães. Mas preocupo-me. E não vou permitir que ignorem pedidos meus, porque o meu filho não frequenta o infantário de borla e porque é dever delas, como educadoras, contribuírem também para um desenvolvimento saudável das nossas crianças.
Tinha vontade de lhes dar com a declaração nas ventas, para verem que não fico parada a deixar passar. Mas entreguei-a apenas, porque as responsáveis directas não estavam por lá.
A ver vamos como procedem agora. Não estarei para ver, mas tenho por lá olhos e ouvidos atentos…
Lilypie First Birthday tickers