Mais uma vez em casa, depois de uma noite em claro e extremamente preocupante.
A respiração ofegante, a tosse seca intensa e um mau estar geral que não o deixava descansar manteve-me acordada e em vigilância permanente.
Valha-nos a Saúde24! Às 5 horas da manhã estava de telefone na mão, mais uma vez, para perceber se me devia dirigir ao pediátrico.
Aparentemente nada dramático, poderia aguardar para me deslocar umas horas mais tarde ao pediatra.
Controlo da febre, vigia da respiração, e assim que nos foi possível rumámos ao Dr. Álvaro. Diagnóstico: laringite viral.
Porra para os infantários. Estou já que nem posso com eles! Soube hoje que mais dois meninos da salinha do meu filho tiveram de ir para casa por estarem com febre. Foi também um mais velhinho, de uma outra sala.
Por este andar nem quero imaginar como será o Inverno.
É já a segunda vez no espaço de 3 meses que ele fica em casa. Primeiro a conjuntivite, logo seguida da virose, e agora a laringite. Até tenho receio do que está para vir.
Para já não há muito a fazer. Onsudil xarope para ajudar a abrir os brônquios e a respirar melhor (piora sempre durante a noite!), a administrar de 12 em 12 horas durante 5 dias. Em situação excepcional administrar curticóides, durante 3 dias.
A febre tem estado difícil de baixar. 38,6ºC, baixa até aos 38ºC para voltar a subir. Pode de facto ser o corpo a combater a infecção, mas já me está a deixar doida.
Amanhã ficamos por casa outra vez. O médico disse que os 3 primeiros dias são piores mas depois tende a estabilizar. Hoje foi o primeiro. Veremos por quanto tempo isto se vai prolongar.
A saber
A laringite, ou Croup, é uma doença do aparelho respiratório que afecta principalmente a laringe e as cordas vocais, mas que pode estender-se à traqueia e às vias respiratórias que conduzem aos pulmões (brônquios). A laringite é causada por muitos vírus diferentes, entre os quais se encontram os que produzem o catarro comum e a gripe. Actualmente, é muito raro ser causada por alguma bactéria. O contágio desta doença dá-se através das secreções respiratórias expulsas quando uma criança tosse ou espirra próximo da cara de outra. Quando estas secreções ficam depositadas num objecto, a criança também pode apanhar os germes ao tocar nele com os dedos e ao levar depois as mãos à boca, ao nariz ou aos olhos.
Os sintomas da doença começam 2 ou 3 dias após o contágio. É típica a tosse "canina" (que soa como o ladrar de um cão), seca, afónica ou "metálica". Geralmente, esta tosse agudiza-se e piora durante a noite, ou começa de madrugada. É acompanhada de rouquidão, dores ou ardor na garganta e, por vezes, de febre de 38º a 40º. Frequentemente, a tosse é tão intensa que origina vómitos. Outras vezes, a criança pode apresentar um ruído grosseiro chamado "chiadeira" cada vez que inala ar (inspira). A fase aguda da doença passa em apenas 2 ou 3 dias, mas a tosse mais suave e com mucosidade pode durar mais 1 ou 2 semanas.
IMPORTANTE: Se o seu filho tiver dificuldades em engolir, se salivar constantemente, se o peito afundar a cada respiração e os lábios adquirirem uma cor roxa, se a chiadeira for intensa e ocorrer sobretudo quando a criança inspira (mais do que quando tosse), deve levá-lo imediatamente a um serviço de urgências.
Quase todos os casos de laringite melhoram após a respiração num ambiente húmido, embora seja preferível este ser mais frio do que quente (a maioria dos desumidificadores produz ar quente). É aconselhável não agasalhar demasiado a criança nem mantê-la num compartimento fechado, desconfortável ou abafado. Pode ter a certeza de que melhorará muito se respirar o ar fresco da noite: na varanda, no terraço ou na rua. Não se preocupe com o facto de o deixar respirar este ar. Faça-o sem medo, não é por isso que "vai apanhar uma constipação mais forte". Por outro lado, é provável que ele próprio diminua a sua actividade física enquanto estiver mal mas que volte a mexer-se muito ou a correr quando se sentir melhor. Procure fazer com que não se mexa demasiado até estar totalmente recuperado, porque senão piorará da tosse.
Se tiver o nariz entupido, aplique gotas de soro fisiológico. Se a mucosidade for muito abundante ou espessa, aspire-a com uma pequena pêra de borracha ou utilize uma sonda tipo NARHINEL®, tendo cuidado para não ferir a mucosa nasal. É bom que o seu filho ingira muitos líquidos pois ajudá-lo-ão a fluidificar as suas mucosidades, mas não o force se não lhe apetecer, e não espere que coma demasiado quando estiver nesta situação. Os antitérmicos-analgésicos tipo Paracetamol (APIRETAL® ou GELOCATIL® gotas) podem ser úteis para melhorar a sensação de mal-estar e para baixar a febre. Nas laringites víricas, de longe as más frequentes, os antibióticos não se encontram indicados. Por vezes, sobretudo nos casos de maior dificuldade respiratória, o médico poderá receitar-lhe ou administrar-lhe anti-inflamatórios ou fármacos que o ajudem a dilatar os brônquios. Estes fármacos são normalmente administrados por inalação mediante câmaras especiais, mas também por via oral. Se os sintomas forem graves, o caso poderá requerer hospitalização e tratamento com medicamentos intravenosos em combinação com inalados ou nebulizados. A laringite é muito contagiosa durante os primeiros dias de duração da doença, e pouco se pode fazer para evitar que outros membros da família sejam infectados. Na verdade, é muito provável que se houver mais crianças em casa, apanhem uma constipação com tosse e mucosidade, apesar de nem todas apresentarem necessariamente o quadro completo mais aparatoso. Poderão voltar à escola ou ao infantário quando já não tiverem febre, quando respirarem adequadamente e a chiadeira tiver desaparecido, mas não é necessário esperar até deixarem de ter tosse (pode prolongar-se durante muito mais dias).