28 de janeiro de 2011

Na cama com...um bebé


Em noites muito frias tenho sempre a sensação que se deixar o meu filho na caminha dele uma noite inteira ele vai acabar congelado. O quarto não é nenhum frigorífico, mas com a vaga de frio e a humidade que anda no ar não há aquecimento que nos valha!
Esta noite o coração de mãe amoleceu e deixei-o dormir na cama dos pais.
Não que tenha alguma coisa contra, mas não sou adepta deste mimo. Sempre gostei de ter espaço para poder esticar as pernas e braços ao meu belo prazer (não foi por acaso que comprámos uma cama king size!) e tê-lo ali no meio obriga-me a cingir-me a uns centímetros de cama que me angustiam.
A mãe e o pai dormem mal, ele, porém,  reage exactamente da mesma maneira que se estivesse na sua cama. Leva o mesmo tempo a adormecer, acorda as mesmas vezes para mamar... Se existem diferenças não são notórias.
Ainda bem que assim é. Há certos hábitos que, por egoísmo, não desejo que adquira... 

Existe, de facto, um medo gerneralizado que as crianças se habituem de tal forma a dormir com os pais que o gesto se torne num problema. E a verdade, é que entre os especialista também não existe consenso.
Para alguns, o medo de que os bebés se tornem «mimados» ou cheios de vícios é infundado e acreditam que dormir em família pode ajudar a regular-lhes o sono tornando-os mais tranquilos. Existem estudos que defendem, por exemplo, que bebés que dormem com os pais acordam com menos frequência e voltam a adormecer mais rapidamente, ficam geralmente acordados menos tempo à noite do que os bebés que dormem sozinhos, chorando menos.
Outros especialistas porém discordam desta teoria. Defendem o maior risco de sufocamento para o bebé e acreditam ser necessário ensinar desde cedo às crianças noções de privacidade.

Pessoalmente, penso que deixar um bebé dormir com os pais até pode ser benéfico e apesar de não ser grande adepta, também não nego que o permito uma vez por outra. Desde que se mantenham certos cuidados, pelo menos para o bebé o sono até pode ser mais aconchegante e reparador. Fica ao critério dos pais.
Para quem opta por dividir a cama com o bebé aqui ficam no entanto alguns conselhos a ter em conta:
  • Não usar pijamas e camisolas com cordões nem acessórios de moda (anéis, colares...)
  • Não deixar animais domésticos frequentar a cama
  • Não deixar o bebé ficar com o rosto enfiado em almofadas, edredons e cobertores
  • Usar um colchão firme e plano
  • Não exagerar nos agasalhos.
 Bons sonhos...e sonos.

27 de janeiro de 2011

O espelho da alma


"...os bébés sabem que falamos, sobretudo, com os olhos. Eles são as janelas com que apanhamos sol por dentro e as cortinas com que tentamos esconder as coisas que não falamos... com a boca. Os bébés aconchegam-se num olhar terno, espreguiçam-se num olhar luminoso, distraem-se com um olhar ansioso, assustam-se com um olhar deprimido e aterrorizam-se com um olhar baço e vazio...À dimensão de uma grande orquestra, o olhar é um piano: guia-nos por entre os sons, embala-nos com os graves e chama-nos com os agudos..."

In Chega-te a Mim e Deixa-te Estar, Textos com Psicologia, de Eduardo Sá

Lembrar-me-ei destas palavras sempre que olhar para o meu filho. Não quero que ele veja nos meus olhos outra coisa que não uma enorme alegria e um imenso amor por poder partilhar com ele os meus dias...

24 de janeiro de 2011

O envolvimento do pai e a partilha de responsabilidades

Longe vão os tempos em que se atribuía em exclusivo às mães o dever de cuidar dos rebentos recém-nascidos. Hoje em dia a figura paterna, normalmente associada à autoridade suprema e à responsabilidade, assume (felizmente!) novos contornos, sendo a sua participação activa e envolvimento considerados fundamentais desde o primeiro momento.
Muitos pais, ainda que sempre tenham estado presentes e participativos em todo o processo de maternidade optam,  perante a chegada do bebé, por se resguardar por se sentirem inseguros e relutantes dada a fragilidade do bebé. Porém, é deveras importante que o mais cedo possível se coloquem em pé de igualdade com as mães, adquirindo experiência nos cuidados a prestar e exercendo o seu papel de educadores.
Uma tarefa que nós, mães, devemos incentivar desde cedo, estimulando a sua intervenção diária nas pequenas coisas, como mudar uma fralda, dar banho ou colocar o bebé a dormir.
É preciso lembrar que o filho não é só nosso e que o pai precisa igualmente de partilhar momentos com o bebé e estabelecer com ele vínculos afectivos.
Um sinal de que a mentalidade masculina no que respeita aos cuidados com os filhos recém nascidos está, efectivamente, a alterar-se, é o número de pais que têm vindo a optar pela licença parental partilhada. No ano passado foram já 16% a optar pela partilha da licença parental com as mães. Um número muito acima de 2009, mas que ainda assim deixa muito a desejar já que em 102 mil crianças nascidas apenas 16 mil pais escolheram esta opção.
Na altura de tirar a licença, eu e o meu marido não hesitámos e optámos pela partilha. Fazemos, portanto, parte da estatística. 
Desde o primeiro momento que ele exerce o seu papel de pai com empenhamento e acima de tudo, muito amor. Os receios iniciais dissipam-se a cada dia, à medida que se vai aperfeiçoando nos pequenos momentos que deixo só para os dois. E mais importante até que dividir tarefas, é o facto dele sentir que participa, que colabora, que é parceiro na caminhada que é a formação do nosso rebento.
Porque se o papel da mãe é assumidamente gigante, também o é o do pai, não devendo por isso ser menosprezado. Por algum motivo são precisos dois para conceber...

19 de janeiro de 2011

Procuram-se mães generosas e altruístas

Nunca coloquei em dúvida amamentar o meu filho. Queria muito fazê-lo e receava inclusive que o processo inicial não corresse bem, condicionando esse meu desejo.
Felizmente, e embora os primeiros dias tenham exigido de mim muita paciência  porque o maroto adormecia em 5 minutos, o que dificultou a subida do leite e consequentemente a sua produção, acabou por se adaptar. Até hoje é alimentado exclusivamente através do leite materno, o que me deixa muito satisfeita.
Amamentar é um acto de amor: exige muita disponibilidade e dedicação. Mas é igualmente uma experiência gratificante na medida em que, dadas as propriedades do leite materno, sabemos estar a contribuir para um melhor desenvolvimento físico e emocional do nosso filho.
Infelizmente, muitas mães vêem-se impossibilitadas de praticar este acto de amor, vendo-se obrigadas a recorrer a leites artificiais para alimentar os filhos recém nascidos.
Foi a pensar neles (sobretudo nos bebés prematuros), e já com bastante atraso em relação a outros países como o Brasil ou a Argentina, que foi criado um Banco de Leite Humano em Portugal (BLH). Em funcionamento desde Agosto de 2009 na maternidade Alfredo da Costa, este BLH permite que mães generosas possam doar o seu excedente de leite para ajudar bebés prematuros de outras mães com pouco ou nenhum leite.
O processo é simples: depois de amamentar o filho, e através do uso de uma bomba, a dadora efectua nova recolha para um recipiente esterelizado, congelando-o até ser recolhido por uma empresa que efectua periodicamente o seu trasporte para o Banco.
Acredito que o facto do número de dadoras ser ainda reduzido se deve sobretudo ao desconhecimento generalizado. Passou-se o mesmo com o Banco Público de Sangue do Cordão Umbilical, que actualmente se encontra em pleno crescimento.
Produzisse eu leite em demasia e inscrevia-me como dadora...
Mães generosas e altruístas procuram-se!...

17 de janeiro de 2011

As primeiras descobertas


Os dias vão passando e com eles surgem novos comportamentos e conquistas.
Até à data o meu filho tem respeitado a linha normal de desenvolvimento e desde que completou os dois meses tem-se mostrado mais interactivo deliciando-nos, sempre que está bem disposto, com os seus sorrisos e manifestações de alegria. 

Sentidos
Sorri directamente para nós e balbucia quando interagimos com ele, estabelecendo connosco uma espécie de "diálogo", em que um fala e o outro responde. Já consegue localizar sons próximos, virando-se na direcção em que são emitidos.

Objectos
Gosta de observar bonecos suspensos, ficando por largos períodos de tempo a olhar para as suas formas e cores. Ainda não agarra voluntariamente os brinquedos, mas procura fazê-lo quando estimulado.

Movimentos
O uso descoordenado dos braços e pernas dos dias de recém-nascido deu lugar a movimentos mais serenos. É capaz de movimentar as pernas como se estivesse a pedalar, demonstrando excitação.
É capaz de levantar e sustentar a cabeça durante alguns segundos quando deitado de bruços, ainda que esta não seja uma das suas posições preferidas.
Adora olhar para as suas mãozinhas e leva-as muitas vezes à boca detendo-se a chuchar nelas. Prefere-as em detrimento da chupeta.

Esta etapa tem-se revelado fascinante e perco-me a brincar com ele durante largos períodos do dia.
Sou assumidamente uma mamã babada!

12 de janeiro de 2011

Momentos menos bons em dias mais ou menos


Numa incursão pela internet encontrei à dias um artigo de Eduardo Sá, conhecido psicólogo, psicanalista e professor de psicologia clínica cujos textos muito me fascinam, no qual se podia ler a seguinte afirmação:
"Não é verdade que, sempre que são, repetidamente, acordadas, as mães desçam do paraíso até ao berço. Por vezes, são – simplesmente – automáticas na forma como amamentam ou mudam a fralda (por exemplo) e, pior, resmungam, rezingam e…  assustam."
Revi-me nesta frase, como certamente muitas outras mães, pois não é de todo possível estarmos continuamente de sorriso no rosto, deliciadas e prazerosas com todas as actividades maternais. Quem o afirma mente ou está a enganar-se a si mesma.
As noites mal dormidas são talvez a principal causa do desgaste, sobretudo numa fase inicial em que se perde a conta às vezes que se faz o percurso da cama até a berço e do berço ao muda fraldas...
Sim, é verdade que somos muitas vezes automáticas e acabamos por agir mecanicamente, tal qual robôs, e não por prazer. Já conhecemos os passos de cor, damos cada um deles até com os olhos entreabertos: levantar - pegar no bebé - sentar - amamentar - pôr a arrotar -voltar a levantar - mudar a fralda - deitar o bebé... tentar dormir mais um bocadinho. Perdi já a conta, por exemplo, às vezes que amamentei e dormitei em simultâneo quando o que se espera do momento é a troca de olhares entre mãe e filho, o intensificar da sua relacção afectiva. E sim, também é verdade que resmungamos. Quantas vezes o fiz por não conseguir calar o seu choro, por não conseguir adormecê-lo quando era preciso aproveitar esse curto período de tempo para fazer tantas outras coisas que acabei sempre por deixar para trás...
Não quer isto dizer que gostamos menos dos nossos filhos e não quer isto dizer que temos de nos culpabilizar por não nos sentirmos, por vezes, tão disponíveis como deveríamos.
Por mais que amemos os nossos filhos, amor esse que assumo ser, no meu caso, incondicional, todas passamos por momentos de exaustão, acabando por deixar vir à tona muitas das nossas fraquezas. Porque afinal de contas somos mães, mas também somos seres humanos...

10 de janeiro de 2011

O lufa lufa das compras


Qualquer mãe que já tenha vivido a experiência de sair sozinha com o rebento de poucos meses para fazer compras saberá o quanto se torna difícil comprar realmente o que quer que seja.
Entre o momento de sair de casa e o momento da chegada ao destino perde-se, mesmo em curtas distâncias, uma boa meia hora. Depois há que voltar a tirar o ovo do carro para o colocar no carrinho de passeio, possivelmente acalmar o bebé porque entretanto se acabou o balanço e já está a resmungar e só então meter os pés ao caminho.
Das poucas vezes que me aventurei numa saída deste género contam-se pelos dedos de uma mão o número de sacos que pude carregar. É que a menos que se compre por impulso o processo de compra em si ainda demora o seu tempo, e é precisamente o tempo que o meu filho mais respeita: de duas em duas horas, contadas no relógio, abre as goelas a pedir alimento.
Assim sendo, num dia bom é-me efectivamente permitido gastar alguns euros, e consigo entrar em duas ou três lojas sem que o seu choro estridente atrapalhe o tira e põe nos cabides e prateleiras e me obrigue a abandonar a loja de mãos vazias. O problema é que nunca sei se estou ou não num dia bom até rebentar o primeiro choro.
No que se refere às compras num qualquer hipermercado, então é a verdadeira aventura. É que não se trata apenas de colocar os artigos no carrinho. Há que contar com a espera na fila para a carne, para o peixe, para a charcutaria, para a padaria e ainda para a caixa de pagamento (quantas vezes as caixas prioritárias estão fechadas ou ocupadas por cidadãos sem prioridade?). Quase sem dar por isso passa-se a hora disponível e já estou a caminho do fraldário para lhe satisfazer o apetite ou, como me aconteceu à dias, acabo por ter de fazê-lo dentro do próprio carro, em pleno parque de estacionamento.
Por estas e por outras estou prestes a desistir de voltar a sair sozinha com o meu filho para fazer compras. Talvez as coisas mudem quando ele começar a comer papas e sopa, já que a barriguinha sempre ficará aconchegada por mais tempo.


8 de janeiro de 2011

Fome ou vontade de comer?

Nunca, durante os nove meses de gravidez, me levantei de noite para satisfazer qualquer apetite voraz.
Agora, sem quê nem para quê, comecei a ter de me levantar de madrugada para asaltar o frigorífico e calar os roncos do meu estômago.
Bem sei que durante a amamentação é necessário fazer uma alimentação equilibrada. Os especialistas aconselham a ingestão de mais 500 kcal diárias a quem amamenta, ainda que seja mais importante a qualidade do que a quantidade do que se ingere.
Se assim é muito provavelmente não estou a comer como devia, até porque falta muito pouco para voltar ao peso que tinha antes de engravidar. Mas não é de todo propositado. Como sempre o que tenho na vontade, normalmente até encher o bandulho, e atraco-me frequentemente nos lacticínios entre as refeições principais porque me sabe realmente bem.
Talvez esta questão da fome (ou vontade de comer) esteja no facto do meu filho acordar a cada duas horas verdadeiramente desaustinado para mamar. A este ritmo o meu organismo não resiste e provavelmente a isso se deve a sinfonia nocturna do meu estômago...
Por sorte tenho evitado encher a despensa e o frigorífico de goluseimas, caso contrário a coisa não ía correr muito bem. A ver vamos se a coisa acalma...

7 de janeiro de 2011

Dia de vacinas


Ontem foi dia de vacinas e confesso que estava um pouco expectante em relação à forma como o meu pequenote iria reagir.
Já tinha assistido a verdadeiros choros no Centro de Saúde após a visita à enfermaria e tinha algum receio que ele explodisse, sem que eu o conseguisse acalmar, depois de lhe espetarem as agulhas.
Foram as primeiras vacinas que presenciei e quis dar-lhe o meu colinho para ser mais fácil suportar a maldade que, para seu bem, tinha mesmo de ser praticada.
Para respeitar o Plano Nacional de Vacinação foram-lhe ministradas as seguintes vacinas:
- DTPa Hib VIP - Vacina contra a difteria, tetano, tosse convulsa (DTPa), as doenças causadas por Haemophilus influenzae b (Hib) e a poliomielite (VIP) - 1ª dose
- VHB - Vacina contra a hepatite B - 2ª dose
Adicionalmente, e a conselho do médico, optámos ainda por lhe dar a 1ª dose da Prevenar, uma vacina que protege contra a doença invasiva pneumocócica, ou seja, actua como prevenção de uma série de serotipos responsáveis por situações como septicemia (infecção no sangue), meningite (infecção das membranas que envolvem o cérebro e a espinal medula), pneumonia (infecção nos pulmões), otite média (infecção no ouvido médio) e bacteriemia (presença de bactérias no sangue). Um esforço extra no orçamento familiar que acreditamos lhe será benéfico, até porque dentro de poucos meses teremos de o colocar na creche onde toda a protecção será pouca.
Mais uma vez fui surpreendida pela sua valentia, pois o seu choro foi ligeiro e muito, muito curto. Umas palavras murmuradas pela mãe e um balanço no colinho e já se tinha esquecido das três espetadelas que lhe tinham acabado de dar nas coxas. Quando saí da salinha já dormitava dentro do ovinho.
A enfermeira avisou-me para estar atenta a eventuais reacções, sobretudo febre, nas 48h seguintes. Noto que tem estado mais murchinho e que dorme mais que habitualmente, e por isso tenho estado muito atenta a todos os sinais.
O próximo massacre está agendado para o próximo mês. A ver vamos se a sua força se mantém e se volta a minimizar o stress do momento.

6 de janeiro de 2011

O dilema da chupeta

Num artigo sobre o uso de chupetas, publicado há uns meses na revista Pais e Filhos, podia ler-se a seguinte afirmação: "As chupetas destinam-se aos períodos em que o bebé tem necessidade de chuchar e não para servir como rolha para abafar o barulho do choro".
Ainda que metida a meio de um artigo de três páginas, esta frase conseguiu captar mais a minha atenção do que todas as restantes considerações.
Lembrei-me de repente que, ainda eu estava grávida, me perguntaram se já tinha comprado uma chupeta e se estava a ponderar levá-la para a maternidade. Na altura respondi que ainda não tinha pensado nisso, porque de facto ainda não me tinha ocorrido pensar nesse assunto, mas o facto é que acabei por não colocar nenhuma chupeta na mala e ao invés dela, acabei por levar comigo objectos muito menos úteis, alguns deles que nunca cheguei a utilizar.
Da lista que me foi facultada nas consultas pré natais não constava nenhuma chupeta e a justificação, se a pedirmos, é simples: se se pretende amamentar, é importante que o bebé se habitue ao mamilo, uma aprendizagem nem sempre fácil, e a introdução do malogrado objecto pode dificultar essa adaptação.
Tive a sorte do meu filho se adaptar rapidamente ao meu peito, tão bem que no segundo dia já fazia dele chupeta e desatava a chorar quando o afastava. E foi por causa disso, ainda na maternidade, que fui confrontada pela primeira vez com a necessidade de uma chupeta. Foi a própria enfermeira de serviço que, numa visita nocturna de rotina em que lhe expliquei o porquê de andar com o bebé ao colo de um lado para o outro, me perguntou se tinha alguma chupeta comigo. E foi a própria enfermeira que, perante a minha negação, me apareceu com uma tetina de borracha dizendo-me para lha dar que ele acalmaria. E acalmou.
Estranhamente ou não, nunca recusou o peito depois disso. O cheiro e a textura da borracha nunca o confundiram como dizem que pode acontecer e no regresso a casa a chupeta acabou por se tornar parte integrante do seu dia-a-dia, sem qualquer interferência na amamentação.
Antes de ser mãe dizia muitas vezes para os meus botões que não iria dar chupeta ao meu filho. Detestava (e ainda não gosto) ver uma criança já grandinha de chupeta na boca. Mas o que é facto é que só experienciando podemos emitir verdadeiramente uma opinião.
O meu filho usa a chupeta todos os dias porque o acalma, seja para adormecer, seja porque tem cólicas, seja porque pura e simplesmente tem necessidade de chuchar, e não penso retirá-la para ficar a ouvi-lo chorar e a vê-lo arranhar-se todo de desespero. Não se trata de fazer dela rolha, prefiro simplesmente dar-lha do que deixá-lo abocanhar as próprias mãos e babar tudo numa tentativa de auto consolação. Até porque não posso nem quero andar sempre a consolá-lo com colo.
Hoje, se me perguntassem se devem ou não levar chupeta para a maternidade a minha resposta seria peremptória: LEVEM. Pode realmente fazer falta e não implica necessariamente que o vosso filho a prefira em detrimento do peito. Lembrem-se é de a usar apenas se estritamente necessário e nunca por conveniência. A seu tempo, tal como nós o fizemos, eles acabarão por largá-la...


5 de janeiro de 2011

Outra vez as cólicas...



Nunca nos sentimos totalmente preparados para sermos pais, ainda que o pensemos muitas vezes.
Na verdade, ser pai e mãe exige muito de nós, e um dos testes pelo qual passamos são as (mal)ditas cólicas.
No seu ainda pouco tempo de vida o meu filho nunca foi muito de ter cólicas. Tinha pequenas dores, facilmente identificáveis pelo choro intenso e inconsolável, e pelo facto de se contorcer e espernear muito. Felizmente, os truques que as enfermeiras da maternidade e centro de saúde me ensinaram foram sempre de grande utilidade e, ainda que sem grande experiência, conseguia acalmar o meu filho num curto espaço de tempo, pelo que não podíamos dizer que ele nos dava muito más noites ou dias.
Mas parace que agora, ao completar os dois meses de vida, as dores se intensificaram. Torna-se mais difícil acalmá-lo e por vezes parece que acorda o prédio todo com os seus gritos.
Sempre achei que era treta essa coisa das cólicas se deverem à alimentação da mãe. Acredito que possa haver alimentos que influenciem (eu sei que não posso abusar dos frutos secos, por exemplo), mas por mais cuidados que se tenha, as cólicas acabam sempre por aparecer.
As causas para as cólicas ainda não estão definidas, apontando-se quer para a imaturidade do intestino e do sistema nervoso central, quer para a presença de ar em excesso no estômago, normalmente ingerido durante as mamadas, e que acaba por se deslocar pelo intestino criando uma distensão abdominal e consequente dor.
De facto o que observo no meu filho é que as cólicas se intensificam uma hora depois de mamar, e que fica muito aliviado depois de libertar alguns gases valentes, o que me leva a crer que de facto asim seja. A última semana tem sido rica em dar-lhe colinho e mimo depois de cada episódio...
Deixo aqui algumas dicas que aplico nestas situações e que pelo menos com ele resultam muito bem:
- Deitá-lo de barriga para cima e massajar-lhe suavemente com o indicador e o polegar a zona circundante ao umbigo, no sentido anti-horário. Facilmente se percebe qual a zona afectada, pois fica extremamente dura.
- Flexionar-lhe as perninhas pressionando suavemente os joelhos contra a barriga e voltar a esticá-las, o que ajuda mesmo a eliminar os gases.
- Fazer ginástica com as perninhas como se estivesse a andar de bicicleta.
- Falar-lhe calmamente e mostrar-se descontraída, segura e tranquila (não stressar nesses momentos é de máxima importância, pois o bebé apercebe-se do nosso estado de espírito e reage em função dele).
Geralmente estas técnicas ajudam o meu filho a ficar aliviado, e até hoje não tive de recorrer a qualquer medicamento adicional. Apenas experimentei o Aero-Om, que na verdade nada mais faz do que acalmá-lo momentaneamente, dando-me tempo de o deitar no muda fraldas e de o despir para o ajudar a diminuir as suas dores.
Obviamente existirão outros truques e técnicas que podem aliviá-los, cada mãe terá a sua forma de ajudar o bebé a combater as cólicas, mas com o meu filho apenas estes passos dão resultado, e normalmente, ao fim de muito pouco tempo ele evacua e tudo regressa à normalidade.
Para prevenir, o médico disse-me ser muito importante pôr o bebé a arrotar no final de cada mamada. Mas isto sim é para mim uma aventura e daria pano para mangas...Como conseguir que ele arrote se adormece a mamar, sobretudo durante a noite? Talvez ainda venha a fazer um tópico sobre isto um dia destes...


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