Num artigo sobre o uso de chupetas, publicado há uns meses na revista Pais e Filhos, podia ler-se a seguinte afirmação: "As chupetas destinam-se aos períodos em que o bebé tem necessidade de chuchar e não para servir como rolha para abafar o barulho do choro".
Ainda que metida a meio de um artigo de três páginas, esta frase conseguiu captar mais a minha atenção do que todas as restantes considerações.
Lembrei-me de repente que, ainda eu estava grávida, me perguntaram se já tinha comprado uma chupeta e se estava a ponderar levá-la para a maternidade. Na altura respondi que ainda não tinha pensado nisso, porque de facto ainda não me tinha ocorrido pensar nesse assunto, mas o facto é que acabei por não colocar nenhuma chupeta na mala e ao invés dela, acabei por levar comigo objectos muito menos úteis, alguns deles que nunca cheguei a utilizar.
Da lista que me foi facultada nas consultas pré natais não constava nenhuma chupeta e a justificação, se a pedirmos, é simples: se se pretende amamentar, é importante que o bebé se habitue ao mamilo, uma aprendizagem nem sempre fácil, e a introdução do malogrado objecto pode dificultar essa adaptação.
Tive a sorte do meu filho se adaptar rapidamente ao meu peito, tão bem que no segundo dia já fazia dele chupeta e desatava a chorar quando o afastava. E foi por causa disso, ainda na maternidade, que fui confrontada pela primeira vez com a necessidade de uma chupeta. Foi a própria enfermeira de serviço que, numa visita nocturna de rotina em que lhe expliquei o porquê de andar com o bebé ao colo de um lado para o outro, me perguntou se tinha alguma chupeta comigo. E foi a própria enfermeira que, perante a minha negação, me apareceu com uma tetina de borracha dizendo-me para lha dar que ele acalmaria. E acalmou.
Estranhamente ou não, nunca recusou o peito depois disso. O cheiro e a textura da borracha nunca o confundiram como dizem que pode acontecer e no regresso a casa a chupeta acabou por se tornar parte integrante do seu dia-a-dia, sem qualquer interferência na amamentação.
Antes de ser mãe dizia muitas vezes para os meus botões que não iria dar chupeta ao meu filho. Detestava (e ainda não gosto) ver uma criança já grandinha de chupeta na boca. Mas o que é facto é que só experienciando podemos emitir verdadeiramente uma opinião.
O meu filho usa a chupeta todos os dias porque o acalma, seja para adormecer, seja porque tem cólicas, seja porque pura e simplesmente tem necessidade de chuchar, e não penso retirá-la para ficar a ouvi-lo chorar e a vê-lo arranhar-se todo de desespero. Não se trata de fazer dela rolha, prefiro simplesmente dar-lha do que deixá-lo abocanhar as próprias mãos e babar tudo numa tentativa de auto consolação. Até porque não posso nem quero andar sempre a consolá-lo com colo.
Hoje, se me perguntassem se devem ou não levar chupeta para a maternidade a minha resposta seria peremptória: LEVEM. Pode realmente fazer falta e não implica necessariamente que o vosso filho a prefira em detrimento do peito. Lembrem-se é de a usar apenas se estritamente necessário e nunca por conveniência. A seu tempo, tal como nós o fizemos, eles acabarão por largá-la...
Sem comentários:
Enviar um comentário